Santuário Arquidiocesano

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[Artigo] A experiência de Deus conosco– Neuza Silveira

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“Crer em Deus não é uma relação centrada em si mesmo, mas é um sair de si como Deus mesmo nos mostrou, enviando seu próprio Filho ao mundo.”

Rosimeire Fernanda Costa

A experiência de Deus não é apenas a nossa experiência, mas também a experiência de Deus conosco. A vida é feita de experiências e viver a vida é a arte de construí-la com sentido, pois são as experiências que perpassam nossas vidas que provocam, estimulam e possibilitam o exercício de aprender com a realidade na qual encontramos.

A experiência vai além do simples ‘vivenciar’, pois ela indica um processo reflexivo que existe no próprio ato de viver. Nesse sentido, toda experiência tem uma forma de expressão, provocada pelo sujeito que a realiza.

A experiência articula-se entre dois polos: o objeto e o sujeito. Olhando para a etimologia da palavra ‘experiência’ pode-se afirmar que “ex-peri-ência é a ciência ou o conhecimento que o ser humano adquire quando sai de si (ex) e procura compreender um objeto por todos os lados (peri)”. Movimento de saída de si para perceber a realidade de outro ponto de vista, de vários lados, e, sobretudo, aprender com o novo que está sendo contemplado.

Sabedor de que a experiência constrói e sustenta a relação entre o conhecimento das coisas que vamos tomando (as teorias que significam ver, observar, contemplar, relacionar) e a prática, que se refere ao conjunto de ações habituais, repetidas e apreendidas, ao sairmos de nós mesmo em busca dessas experiências, iremos perceber que são elas, (as experiências) as que irão possibilitar ao ser humano a reflexão e compreensão dos fenômenos e construção da vida com sentido.

Surge daqui o grande desafio: como pensar a transcendentalidade (infinitude) presente na imanência (finitude) da vida Humana?

O ser humano, criatura de Deus, criado totalmente voltado para Deus, chamado a se manter firme nessa relação através da sua espiritualidade existencial em si (infinitude), ou seja, chamado a entrar, livre e gratuitamente, em comunicação com Ele, vive aqui neste mundo, lugar teológico de encontro com Deus, em busca da concretização desse encontro através da materialidade de suas ações humanas de bem, verdade, bondade, justiça (finitude). Assim, infinitude e finitude se conectam no interior das pessoas, promovendo, através da infinitude, a abertura ao mistério transcendente. Na articulação entre infinitude e finitude, estão a possibilidade de se deixar ser conduzido para novas experiências do mistério e assim, experimentar Deus. A partir dessas experiências, o ser humano é capaz de conferir sentido à sua vida, pois ele se torna capaz de comtemplar suas ações existenciais e delas retirarem um sentido ao existir.

Articulando infinitude e finitude somos capazes de perceber os acontecimentos que nos rodeiam, mas é preciso focar-se neles desde um pequeno ponto mais longínquo, um olhar fixo no horizonte. Esse olhar para a distância nos afasta do que está mais próximo e, assim, afastam-nos dos barulhos que perturbam o silêncio dos corações, aquele silêncio que nos permitem a escutar Deus, vê-lo surgir trazendo algo novo que nos faz renascer com ele. Assim é o que esse Tempo de Advento nos faz experimentar. Convida-nos à oração que nos leva a uma vivência espiritual mais profunda desses importantes tempos litúrgicos. Uma oração que brota do coração, tocado pela Palavra lida e meditada. Que a Palavra possa produzir frutos de fé e amor como resposta amorosa ao Senhor.

Que todos possam viver bem esse tempo sempre atenta aos sinais deixados por ele e outros que virão. Nesta semana que se inicia caminhamos para o cumprimento da promessa de um sinal que foi anunciado pelo profeta Isaias (cf. 7, 13-14) e que se cumpre tornando sinal visível a toda criatura.

Nasce o menino-Deus que vem e renova nossa esperança. Jesus é a encarnação viva do Deus-conosco. Ele é a Boa-Notícia que chega e conta com nossa participação na realização de seus projetos. Que possamos acolhê-lo com alegria.

 

Neuza Silveira de Souza.

Coordenadora do Secretariado Arquidiocesano Bíblico-Catequético de Belo Horizonte.

 

 

 



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