Neste terceiro Ano Vocacional do Brasil e estando no mês de agosto, considerado na liturgia da Igreja como o mês vocacional, não poderíamos deixar de manifestar nossa alegria por todos aqueles que, para além do seu carisma recebido através do batismo, disponibiliza-se para o serviço do Reino, colocando seu dom em prática, ajudando as comunidades e pastorais de sua Igreja a crescer nas relações que proporcionam um encontro com a pessoa de Jesus Cristo.
Tudo se origina a partir do nosso Batismo, ele que é fonte da nossa vocação e da nossa missão. Pelo batismo somos chamados pessoalmente por Cristo para ser, como cristãos, testemunhas e seguidores do Mestre Jesus. Chamados à fé pelo batismo, todos fazem parte do “reino, de sacerdotes, profetas e reis” (1Pe 2,9). Toda pessoa batizada torna-se um seguidor de Cristo, participante de uma comunidade de fé.
Segundo a compreensão cristã da realidade, o destino da criação inteira passa mistério de Cristo, que nela está presente deste a origem: “Tudo foi criado por ele e para ele” (Cl 1,16). Podemos refletir esta afirmação a partir do prólogo do Evangelho de João (1,1-18) que mostra a atividade criadora de Cristo como Palavra divina (Logos). Mas, o mesmo prólogo surpreende ao afirmar que esta Palavra “se fez carne” (Jo 1,14). Uma pessoa da Santíssima Trindade inseriu-se no universo criado, partilhando a própria sorte com ele na cruz.
Renascidos em Cristo para uma vida nova, somos recriados para a Igreja de Cristo, onde somos despertados para a missão à luz do Espírito Santo. Essa comunidade de batizados geram as vocações e dentre elas, a dos Catequistas, que respondem ao chamado de Deus para sair em missão e ir anunciá-lo a todas às nações, como Jesus pediu.
A família é aquela que dá testemunho da vida cristã, pois todo vida brota dela, cresce e desenvolve. É ser um abrigo como a um ninho que abriga seus filhotes até sua independência. A base para a convivência familiar nesse tempo é o amor. Contar com o amor e a misericórdia de Deus tem-se o sustentáculo para o caminhar na vida, quando, então, os jovens vão descobrindo sua vocação. Eles vão descobrindo aos poucos sua vocação cristã e, com ajuda da família, das amizades sinceras, do convívio na comunidade, sua vocação vai aflorando, vai se firmando. Já um pouco mais maduros na caminhada cristã, homem e mulher podem optar por um envolvimento amoroso, chegando ao casamento ou escolher outros caminhos: a vida de padre, de irmã ou irmãos religiosos, de vida consagrada e ou leigo solteiro.
Aos pais é dada a missão de educar seus filhos, transformando-se em verdadeiros ministros. Sua missão é plantar boas sementes no coração de seus filhos.
A palavra “vocação” refere-se sempre ao ato de chamar, de escolha e de disposição para algo ou para alguma missão. É, pois, um chamado de Deus. Se há alguém que chama, deve haver outro que escuta, que responde. Podemos dizer que o catequista é aquela pessoa que recebe um toque de Jesus, um cutucão especial, para melhor conhecê-lo e anunciá-lo aos outros.
Assim como os discípulos de Emaús, eles sentem os corações ardentes. Entre o coração que arde ao escutar a Palavra do Ressuscitado que chama e os pés que se colocam a caminho para anunciar o encontro com o Cristo, temos o pão repartido, a partilha, a comunhão, gesto fundamental que nos abrem os olhos.
Assim é o catequista, que na vivência no meio da comunidade e na experiência da partilha do pão, sente o coração arder com a Palavra de Deus e vai ao seu encontro. Aprende suas palavras e se tornam guardiães dessa memória para depois anunciar. Passam a ser luz de Cristo para o mundo. Torna-se instrumento para que a Palavra ecoe. Responde ao chamado do Senhor e, através de sua vida, da sua pessoa, da sua comunicação, a Palavra se torna proclamada, Jesus Cristo anunciado e testemunhado.
Parabéns, catequista pela sua bela missão: Anuncia a Palavra de Deus e ajudar os seus catequizandos a fazer a experiência do Encontro com a pessoa de Jesus Cristo.
Neuza Silveira de Souza
Coordenadora do Secretariado Arquidiocesano Bíblico-Catequético de Belo Horizonte