Santuário Arquidiocesano

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[Artigo] Cristo ressuscitou e está no meio de nós – Neuza Silveira

Após a experiência vivida nessa grande Semana Santa que culminou com o encontro com o ressuscitado, a nossa tarefa cristã é sair e ir anunciar a Páscoa. Assim nos diz o Papa Francisco nos recordando da antiga fórmula utilizada pelos apóstolos e pelos primeiros cristãos: “Verdadeiramente, o Senhor ressuscitou”. Participar desse acontecimento é o maior privilégio, experimentar o dia que o Senhor fez para nós, dia de graça que destruiu a morte e deu vida ao primogênito dos mortos. Que bela notícia! Aquele que por nós se tornou como nós, para fazer de nós seus irmãos, conduz a sua própria humanidade para o Pai a fim de levar consigo todos os da sua raça. Eis para nós um novo nascimento. Um nascimento que não é obra «nem do desejo do homem, nem do desejo da carne, mas de Deus» (Jo, 1,13). É um outro nascimento tal como uma nova vida, uma outra maneira de ser, uma transformação da nossa própria natureza. Um nascer para receber o reino da vida

O Senhor Jesus, depois que ressuscitou, apareceu à várias pessoas que julgou necessário, falou com elas e fez exigências a elas, abandonando as suas intenções e expectativas em relação às pessoas. Isto é, como Deus encarnado, sua preocupação com a humanidade e suas exigências as pessoas nunca mudaram; permaneceram as mesmas quando estava na carne e quando estava em seu corpo espiritual depois de ter sido pregado na cruz e ressuscitado.

Todas as coisas que Jesus fez, fizeram com que todas as pessoas que o viam sentissem que o Senhor não havia mudado. Embora tivesse sido pregado na cruz e experimentado a morte, ele havia ressuscitado e não havia abandonado a humanidade. Ver o Filho do Homem como ele era permitiu que as pessoas se sentissem à vontade junto dele e alegres. Muito mais confiante e corajosas, as pessoas começaram a admirar e depender desse Filho do Homem que era capaz de perdoar os pecados da humanidade.

Jesus nos fez novo. A nós homens, mulheres, jovens e crianças, ele veio propor a anunciar ao mundo a alegria de que a morte não tem a última palavra. Essa é a boa notícia! “Nós ressuscitaremos com Ele!”. Da ressurreição nasce a fé, nasce o cristianismo como um caminho de fé que parte de um acontecimento, testemunhado pelos primeiros discípulos de Jesus. É o apóstolo Paulo que vai nos ajudar nessa reflexão. Ele nos faz um resumo desse acontecimento: Jesus morreu pelos nossos pecados, foi sepultado, e no terceiro dia ressuscitou e apareceu a Pedro e aos Doze (cf. 1Cor 15, 3-5).

Este é o fato: morreu, foi sepultado, ressuscitou e apareceu. Isto é, Jesus está vivo! Este é o núcleo da mensagem cristã. Aceitar que Cristo morreu e morreu crucificado não é um ato de fé, é um fato histórico. Por outro lado, acreditar que o Jesus ressuscitou, isto sim, é um ato de fé.

Nosso encontro com o Ressuscitado

A nossa fé nasce na manhã de Páscoa e continua se fortalecendo a cada celebração pascal que participamos. Assim como aquelas pessoas do primeiro tempo entraram em contato com o ressuscitado, assim também nós, na fé, continuamos encontrando com o Senhor Ressuscitado.

A cada dia somos chamados a ir até o sepulcro de Cristo, ver a grande pedra caída e pensar que Deus está realizando por mim, por todos nós, um futuro inesperado. A ressurreição de Jesus, a cada ano nos chama à tomada de consciência de que agora somos nós que temos de levar adiante a revelação do amor de Deus e seu projeto de vida em Jesus de Nazaré. Que possamos viver do fruto da Páscoa que é a fraternidade.

Relendo as escrituras vamos sempre encontrar luzes para retomar, com coração ardente, a mesma prática que seus discípulos haviam experimentado durante a convivência com seu mestre (Lc 24,25-27).

A partir da memória do que Jesus realizara, vamos continuar vivendo novas relações de partilhas, de solidariedade. Vale aqui dizer que fazer memória não é só lembrar-se do que aconteceu com Jesus, mas é se fazer presente, colocar em ação o que ele fez. Assim, ao partir o pão, perceber sua presença, já não é mais possível falar de morte, mas de vida. Ser cristão significa não partir da morte, mas do amor de Deus por nós, que derrotou a nossa grande inimiga. Deus é maior que qualquer coisa. E Jesus ainda está aqui, continua a estar vivo entre nós, está aqui conosco: vivo e ressuscitado.

O Papa Francisco afirmou que as palavras do Credo niceno-constantinopolitano, “espero a ressurreição dos mortos / e a vida do mundo que há de vir” e “creio na ressurreição da carne e na vida eterna”, refletem a esperança cristã no futuro glorioso, de uma salvação eterna. Estas palavras, essa esperança na eternidade, na ressurreição, são “o núcleo essencial da fé cristã, ligado diretamente à fé de Jesus Cristo morto e ressuscitado”.

Para nós cristãos, continuar anunciando sua ressurreição e glorificação e a esperança na eternidade nos levam a atualizar a prática libertadora de Jesus, seja ela em relação às doenças, à opressão religiosa, cultural e de gênero. O que fazemos é renovar a nossa vida conformando-a à vida do Cristo ressuscitado.

Neuza Silveira de Souza. Coordenadora do Secretariado Arquidiocesano Bíblico-Catequético de Belo Horizonte.



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