Estamos caminhando para o último domingo do ano litúrgico, quando celebramos a solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo.
Na liturgia o ano litúrgico segue uma estrutura construída e ordenada a partir da teologia da vida de Jesus, que percorre sua encarnação, nascimento, vida, morte, ressurreição, ascensão e envio do Espírito etc.
O ano litúrgico tem, nos atuais livros da liturgia romana, um começo (primeiro domingo do Advento) e um fim (sábado posterior ao último domingo) do tempo comum ou solenidade de Cristo Rei do Universo. O centro da celebração do Ano Litúrgico é o mistério da Páscoa. Em cada semana, (domingo), a Igreja comemora a Ressurreição do Senhor, que é celebrada também uma vez por ano, na solenidade máxima da Páscoa, juntamente com sua sagrada paixão.
Na liturgia, considerada continuação de intervenção de Deus, que salva através dos sinais rituais, prolonga e realiza no tempo, mediante celebração, as riquezas salvíficas do Senhor. Por isso, o Ano Litúrgico é a celebração e atuação do mistério de Cristo no tempo. E, recordar-se de Cristo quer dizer para a Igreja proclamar a própria fé e a própria esperança.
Jesus, o Rei dos reis e Senhor da História
A data do Ano Litúrgico foi colocada no calendário litúrgico pelo Papa Pio XI em 1925, para que os fiéis pudessem celebrá-la na certeza de ser Jesus o Rei dos Reis e Senhor da história. Nele é possível viver em paz, neste mundo, porque seu Reino é Reino da verdade e da vida, da santidade e da graça, da justiça, do amor e da paz. Jesus ensinou a seus discípulos que entre eles não deveria acontecer o que acontece com os governos do mundo: opressão e exploração.
Os discípulos que caminharam com Jesus e tiveram a oportunidade de conviver com ele, puderam perceber que Ele não era apenas um homem extraordinário ou o Messias escolhido. Ele é, de fato, a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, que em tudo tem a primazia.
Mas quando falamos de rei, não podemos comparar Jesus aos homens reis que conhecemos da história ou até mesmo às histórias dos reis da Bíblia. Desde as primeiras experiências bíblicas de reis que foram enviados por Deus para o governo do povo, ou seja, a partir do rei Davi, foi a ele anunciado por Deus a promessa de uma descendência e de um reino eterno. O descendente de Davi não seria um homem comum, mas o ungido de Deus.
Em Jesus temos um Rei diferente, um Rei que se aproxima e reconcilia; um Rei sempre pronto a perdoar; um Rei Pastor que vai à procura de suas ovelhas e delas cuidam com carinho e caridade. Um rei que continua conduzindo o seu povo e que o convida a viver no amor que exige o serviço ao semelhante.
Nesse domingo celebraremos o seu grande dia, o dia de Cristo Rei. Ele, Jesus, o Cristo, o pastor que reúne, cuida e conduz às boas pastagens o rebanho de Deus, é também aquele que nos conduz e nós damos vivas e o glorificamos, na certeza de que Ele vence, reina e impera em nossa vida.
Neuza Silveira de Souza.
Coordenadora do Secretariado Arquidiocesano Bíblico Catequético de Belo Horizonte.