O famoso clássico da espiritualidade cristã, Imitação de Cristo, escrito por Tomás de Kempis, no século 15, é a obra que frater Henrique Matos nos convida a conhecer. Há 25 anos o livro faz parte de seus estudos e leitura diária. Logo pela manhã é a sua primeira atividade do dia. Frater Henrique é autor de vários livros, entre eles “Um religioso em mudança de época”, que já foi indicado nesta seção literária. Membro da Congregação dos Fráteres de Nossa Senhora Mãe da Misericórdia, o religioso é um dos fundadores do Instituto São Tomás de Aquino (ISTA), foi professor da PUC Minas por mais de 30 anos, onde lecionou principalmente história do cristianismo no Departamento de Filosofia e Teologia. Atualmente é coordenador da Pastoral Carcerária, nas unidades prisionais de São Joaquim de Bicas, onde criou o Centro de Atendimento ao Preso.
Frater Henrique observa a atualidade deste clássico escrito há 600 anos. “É uma obra-prima que vem alimentando a minha vida espiritual há mais de duas décadas”, observa. Leitor assíduo de várias edições da Imitação de Cristo, inclusive a versão original, em latim, ele sublinha que o clássico tem uma riqueza ímpar e sabedoria humana que não são superadas, linguagem acessível e de fácil compreensão. E o mais importante, nos responde uma pergunta fundamental: “Qual o sentido da vida?”
A obra-prima pode ser compreendida em quatro etapas: a primeira delas traça um amadurecimento da vida cristã. A vida serve para qual o propósito? Quais os valores eu cultivo? Em em segundo momento o leitor é convidado a encontrar Jesus, a pessoa histórica do Cristo. Em uma terceira etapa, o convite para se tornar um discípulo de Jesus. Na quarta etapa do livro, como descreve frater Henrique, um horizonte da vida plena com Deus é aberto ao leitor.
Existem várias publicações da Imitação de Cristo. Frater Henrique considera importante indicar a edição de 2016, da editora Vozes, traduzida por Leonardo Boff, por apresentar grande fidelidade à obra original. O livro precede a Reforma Protestante e assim é um clássico também para cristãos não-católicos. Para se conhecer esse contexto histórico do clássico, dois livros foram escritos inspirados na obra pelo próprio frater: em 2014 – “Imitação de Cristo. Caminhos de crescimento espiritual”, onde é mostrada a atualidade da obra, e também o recente ensaio de 2021, que trata a mistologia da Imitação de Cristo na devoção moderna e no humanismo devoto: Imitação de Cristo – Caminho de interiorização.