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Papa Francisco: “No caminho da santidade, os pobres, os marginalizados são os protagonistas”

Na Audiência Geral desta quarta-feira, 28 de junho, o Papa Francisco retomou sua catequese sobre o zelo apostólico, destacando a figura de Santa Mary Mackillop, “fundadora das Irmãs de São José do Sagrado Coração, que dedicou sua vida à formação intelectual e religiosa dos pobres da zona rural”.  A catequese de hoje foi a primeira do Pontífice após sua internação, no último dia 7, reunindo milhares de fiéis na Praça São Pedro.

Segundo o Santo Padre, “Mary MacKillop nasceu nos arredores de Melbourne de pais emigrados da Escócia. Desde jovem, sentiu o chamado de Deus a servi-Lo e testemunhá-Lo não só com as palavras, mas sobretudo com a vida. E compreendeu que o modo melhor de evangelizar o seu mundo passava pela educação dos jovens, ciente de que a educação católica é uma forma de evangelização. Dedicou-se principalmente aos jovens pobres que habitavam em periferias onde mais ninguém queria ou podia ir”. E continuou sublinhado que “isto é muito importante: no caminho da santidade, os pobres, os marginalizados são os protagonistas e uma pessoa não pode avançar na santidade se não se dedica a eles. São a presença do Senhor”.

O Papa Francisco contou para os fiéis que “certa vez leu uma frase que o impressionou, que dizia o seguinte: “O protagonista da história é o mendicante”. “São eles que chamam à atenção para essa grande injustiça, que é a grande pobreza no mundo. Gasta-se tanto dinheiro para fabricar armas e não para a comida. E não se esqueçam: não existe santidade se de um modo ou de outro não há cuidado com os pobres, com os necessitados, com aqueles que estão um pouco à margem da sociedade”, frisou.

A Santo Padre prosseguiu sua catequese recordando que “em 19 de março de 1866, dia de São José, ela abriu a primeira escola num pequeno subúrbio. Seguiram-se, depois, muitas outras, inclusive na Nova Zelândia, nas quais os professores eram convidados a acompanhar e encorajar os estudantes rumo a um desenvolvimento integral da sua pessoa, isso é, sem esquecer a dimensão espiritual. Com efeito, a educação não consiste em encher a cabeça de ideias, mas acompanhar e encorajar os estudantes no caminho de crescimento humano e espiritual, mostrando a eles o quanto a amizade com Jesus dilata os corações e torna a vida mais humana. Essa visão, disse o Pontífice, é plenamente atual “quando sentimos a necessidade de um pacto educativo capaz de unir as famílias, as escolas e toda a sociedade”.

O Santo Padre continuou sublinhado que “o zelo de Mary MacKillop para a difusão do Evangelho a levou a empreender outras obras de caridade, como a Casa da Providência inaugurada em Adelaide para acolher idosos e crianças abandonados. Aliás, o seu segredo foi sempre a fé na Divina Providência, a relação contínua com o Senhor: era em Deus que ela encontrava tranquilidade, readquiria o entusiasmo e reavivava a alegria, mesmo em meio às dificuldades e desafios. ‘Há muitos anos aprendi a amar a Cruz’, confidenciou certa vez a uma coirmã. Todos os santos tiveram oposição, inclusive dentro da Igreja. É curioso isso”, disse o Pontífice.

Ao concluir sua catequese, o Papa Francisco fez votos para que o discipulado missionário de Santa Mary Mackillop seja uma inspiração para toda a sociedade: “O seu exemplo e a sua intercessão amparem o trabalho cotidiano dos pais, professores, catequistas e de todos os educadores, pelo bem dos jovens e por um futuro mais humano e cheio de esperança.”

O tradicional encontro do Papa Francisco às quartas-feiras terá uma pausa durante o verão e será retomado no dia 9 de agosto. O Santo Padre continuará rezando o Angelus dominical.

 

*Informações: Vatican News

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