Na Audiência Geral, desta quarta-feira, 6 de março, o tema da catequese do Papa Francisco foi dedicado ao vício da soberba. Essa foi a décima reflexão do Santo Padre sobre “os vícios e as virtudes”. Em recuperação de um resfriado, o Pontífice contou com o auxílio do mons. Pierluigi Giroli para ler a reflexão de hoje.
De todos os vícios, a soberba é a grande rainha
Em sua reflexão, o Papa Francisco define o soberbo como “alguém que se acha muito mais do que realmente é; alguém que se agita para ser reconhecido como maior que os outros, quer sempre ver seus méritos reconhecidos e despreza os outros, considerando-os inferiores.” Ao recordar o vício da vanglória, tema da última reflexão, o Santo Padre enfatiza que “é uma doença infantil” quando comparada a destruição de que a soberba é capaz”. Analisando as loucuras do homem, os monges da antiguidade reconheciam uma certa ordem na sequência dos males: “Dos pecados mais grosseiros, como a gula, para chegar aos monstros mais perturbadores. De todos os vícios, a soberba é a grande rainha. […] Quem cede a este vício está longe de Deus, e a correção deste mal exige tempo e esforço, mais do que qualquer outra batalha para a qual o cristão é chamado.”
Absurda pretensão de ser como Deus
Ao dar continuidade a sua meditação, o Pontífice sublinha que “na raiz da soberba reside a absurda pretensão de ser como Deus. Esse vício arruína as relações humanas, envenena o sentimento de fraternidade e revela uma série de sintomas: O soberbo é altivo, propenso a julgamentos, desdenhoso, em vão emite sentenças irrevogáveis contra os outros, que lhe parecem irremediavelmente ineptos e incapazes. Na sua arrogância, esquece-se que Jesus nos deu poucos preceitos morais nos Evangelhos, mas em um deles mostrou-se intransigente: não julgueis.”
Sintomas de uma pessoa soberba
De acordo com o Santo Padre, “quando lidamos com uma pessoa soberba, quando fazendo-lhe uma pequena crítica construtiva, ou uma observação completamente inofensiva, ela reage de forma exagerada, fica furiosa, grita, interrompe relações com outros de uma forma ressentida” e completou sublinhando: “Há pouco que se possa fazer com uma pessoa cheia de soberba. É impossível falar com ela, muito menos corrigi-la, porque em última análise ela não está mais presente consigo mesma. Com ela basta apenas ter paciência, porque um dia o seu prédio desabará.”
Logo depois, o Pontífice acrescenta o exemplo do apóstolo Pedro que, confiante, diz a Jesus: “Mesmo que todos te abandonassem, eu não o faria!”, “mas se descobre tão temeroso quanto os outros quando se depara com o perigo da morte: E assim o segundo Pedro, aquele que já não levanta o queixo, mas chora lágrimas salgadas, será curado por Jesus e estará finalmente apto a suportar o peso da Igreja. Antes, exibia uma presunção que era melhor não ostentar; agora, em vez disso, é um discípulo.”
Lutar contra a nossa soberba
Ao fim de sua catequese o Papa Francisco enfatiza que “o verdadeiro remédio para todo ato de soberba é a humildade”. “No Magnificat, Maria canta ao Deus que com o seu poder dispersa os soberbos nos pensamentos doentios dos seus corações: É inútil roubar algo de Deus, como os soberbos esperam fazer, porque em última análise Ele quer dar-nos tudo.”
E concluiu sua meditação desta quarta-feira, rogando aos fiéis: “Portanto, queridos irmãos e irmãs, aproveitemos esta Quaresma para lutar contra a nossa soberba”.