Santuário Arquidiocesano

Ermida da Padroeira de Minas - Basílica da Piedade

08h

15h
09h
15h
09h
15h
09h
15h
09h
15h
09h
15h
09h
15h

Basílica Estadual das Romarias

Domingo
09h30
11h
16h30

2ª Romaria Arquidiocesana pela Ecologia Integral reúne peregrinos no Santuário da Padroeira de Minas Gerais

A Arquidiocese de Belo Horizonte vivenciou, neste sábado, 5 de junho, Dia Mundial da Ecologia, a 2ª Romaria Arquidiocesana pela Ecologia Integral, no Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade – Padroeira de Minas Gerais.  O primeiro ato do evento foi a celebração da Missa, presidida pelo arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, no alto da Serra, em área onde está sendo construída a Estação da Locomotiva da Piedade.

Dom Walmor ressaltou a importância de se viver a Romaria na Estação da Locomotiva da Piedade, pois, quando inaugurada,  será gesto concreto de preservação, ajudando a diminuir o fluxo de veículos que sobem até o alto da montanha. “Realizar aqui na Serra da Piedade esta Romaria demonstra que nós como Igreja não só falamos o que devemos fazer, mas fazemos”, afirmou.

O Arcebispo explicou que é preciso fortalecer o grito profético como Igreja e como sociedade em defesa da Casa Comum e por um novo modo de tratá-la. “Aqui estamos para um grito profético, para um momento de escuta da Palavra de Deus, dos clamores da Casa Comum e dos clamores dos mais pobres, que pagam o preço mais alto deste modo inadequado de se tratar o meio ambiente”, destacou.

Ao falar sobre a situação atual do Brasil, dom Walmor ressaltou que é preciso  nova compreensão para se relacionar com o meio ambiente, com incidência em novas legislações. “Envergonhamo-nos e nos preocupamos quando o Congresso Nacional discute formas de relativizar os licenciamentos ambientais”, afirmou.

Dom Walmor advertiu que se nós não trabalharmos efetiva, politica, legislativa e evangelicamente por uma nova lógica, nós continuaremos a pagar preços altos e vergonhosos. “A pandemia da Covid-19, com tantas famílias enlutadas, com tantos mortos, é um preço altíssimo que estamos pagando”, disse.

Concluindo, o Arcebispo afirmou que a lógica regente dos governantes e dos cidadãos precisa de grandes e profundas reformulações. “Numa sensibilização nova, que nos ajude a fazer um novo caminho. Estamos aqui para comprovar que é possível ter modos alternativos de viver respeitando a Casa Comum, com uma lógica bonita de relacionamento fraterno e de verdade entre nós”, finalizou.

Momento Cultural

Após a Celebração da Eucaristia, os peregrinos participaram de um momento cultural, com reflexões sobre a necessidade de uma profunda mudança de hábitos para preservar o planeta.

Dom Vicente Ferreira

O bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte dom Vicente Ferreira  afirmou que o evento é também um momento de memória de todas as vitimas de Brumadinho e de Mariana. “Nós queremos construir um mundo novo. A Igreja quer apontar os caminhos. A proposta é que a gente saia desta Romaria com o compromisso de conhecer os documentos da Igreja que falam sobre preservação e de implantar em cada região da Arquidiocese pequenos gestos e iniciativas que podem se transformar em grandes gestos”, afirmou.

Dom Luiz Fernando Lisboa

O arcebispo da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim, dom Luiz Fernando Lisboa, partilhou sua experiência como Bispo em Moçambique, país da África. Ele afirmou que o país tem muitas riquezas naturais e está sendo explorado por grandes grupos econômicos. Esses grupos levam todas as riquezas e deixam a população na miséria. Dom Luiz contou que além de sofrer com a devastação ambiental e com a pobreza, o país vive uma guerra terrorista. O Arcebispo relatou que no início do ano foi transferido para a Diocese de Cachoeira de Itapemirim, no Espírito Santo, e tem a percepção de que lá também há uma grande luta em relação à preservação da natureza.

Padre Wagner Calegário de Souza

O reitor do Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade, padre Wagner Calegário de Souza, afirmou que a Serra da Piedade é responsável por boa parte dos recursos hídricos de todo o estado de Minas Gerais. O padre disse que não é contra o desenvolvimento, mas sim contrário ao desenvolvimento sem a responsabilidade com o futuro. “Que a beleza da natureza da Serra da Piedade possa nos ajudar a olhar para um futuro mais belo e não para o imediato, que pode até nos encantar, mas com certeza será o responsável pela tristeza do futuro”, afirmou.

Professor Miguel Andrade

O Professor Miguel Andrade, coordenador da Associação de Desenvolvimento Regional  Integrado (Aderi) lançou, durante o evento, o programa de formação de ecologia integral, que será realizado nas paróquias da Arquidiocese de Belo Horizonte. ”É um compromisso com a educação. É uma força gigante para que juntos possamos transformar o dia a dia das comunidades. O programa tem o compromisso de pensar de forma integrada”, destacou.

Maria Tereza Corujo – Ambientalista

A ambientalista Maria Tereza Corujo disse que o berço de seu ativismo ambiental é a Serra da Piedade. Moradora da cidade de Caeté, ela ressaltou a sua relação de pertencimento à comunidade.

“Não há como a gente defender a Casa Comum se não olharmos para a realidade e os graves retrocessos na legislação. Essa realidade nós temos que mudar e é isso que me move”, destacou.

Dom Walmor

Na conclusão do encontro,  arcebispo dom Walmor  destacou a singeleza da 2ª Romaria Arquidiocesana pela Ecologia Integral. “Ao mesmo tempo em que nos remete aos limites impostos pela pandemia, também nos dá a oportunidade de entender que a natureza e as pessoas devem ser tratadas com singeleza e simplicidade”, disse.

Dom Walmor reafirmou o compromisso da Igreja: “Dizemos, fazemos e apontamos caminhos, mostrando que é possível um novo tempo”, concluiu.



Novidades do Instagram
Últimos Posts
Siga-nos no Instagram